Mitch McDeere corre, desesperado, até à beira de um telhado, a mala na mão, o fato a esvoaçar. Olha para trás, alguém o persegue. Olha em frente, para o abismo. Hesita. Mas não pode esperar mais. E salta. A imagem pára nesta altura, o filme termina. A série, pelos vistos, também. Pelo menos a que nos vem sendo dada pelo AXN. "A Firma" é das mais interessantes séries que nos vêm sendo dadas pelo nosso serviço de cabo. Um advogado firme, corajoso, defensor das causas mais difíceis. Habitualmente ao lado dos mais fracos, agora envolvido numa guerra de máfias. Personagem bem trabalhado, assim como os restantes, desde a mulher aos irmãos. Aparentemente, porém, a série termina agora, a meio do salto de Mitch McDeere. Não há mais, na programação do AXN. Será que haverá? Seremos surpreendidos, nos próximos dias? Ou, de uma forma que já se tornou rotina na nossa relação actual com os produtos que nos vendem, esquecemos e viramo-nos para outra série?
Este caso é paradigmático de uma certa atitude de descomprometimento que tem feito lei na nossa sociedade atual. Como temos muito, e variado, trocamos facilmente algo de que gostávamos para adoptarmos algo novo de que gostaremos rapidamente. E por aí fora. Pode haver quem lhe chame dinâmica. Ou concorrência. Eu chamo-lhe distanciamento. E toda a gente aproveita. E já nem nos preocupamos muito quando nos cortam, a meio, uma série que estávamos a acompanhar apaixonadamente. Há muitos exemplos destes. O problema é que isto, depois, alarga-se a todas as franjas da sociedade, desde os produtos que consumimos até à nossa própria forma de relacionamento uns com os outros.
Este caso é paradigmático de uma certa atitude de descomprometimento que tem feito lei na nossa sociedade atual. Como temos muito, e variado, trocamos facilmente algo de que gostávamos para adoptarmos algo novo de que gostaremos rapidamente. E por aí fora. Pode haver quem lhe chame dinâmica. Ou concorrência. Eu chamo-lhe distanciamento. E toda a gente aproveita. E já nem nos preocupamos muito quando nos cortam, a meio, uma série que estávamos a acompanhar apaixonadamente. Há muitos exemplos destes. O problema é que isto, depois, alarga-se a todas as franjas da sociedade, desde os produtos que consumimos até à nossa própria forma de relacionamento uns com os outros.