Às vezes, ingenuamente, somos levados a pensar que a nossa condição de país em crise, de gente pobre e com dificuldades, nos pode levar, enquanto povo, a sermos mais humildes e respeitadores para com os outros. Puro engano, pura ingenuidade.
Esta semana confirmei que apesar disto, apesar da nossa presente misério, estamos sempre dispostos a aproveitar a situação mais imediata para tornarmos os outros mais miseráveis que nós: ao que parece, e aproveitando o facto de a final da Liga dos Campeões se realizar em Lisboa, no próximo dia 24, entre duas equipas espanholas, os hotéis da capital portuguesa estão a inflacionar os preços para níveis nunca atingidos.
Segundo uma notícia televisiva, alguns desses preços chegavam a 8 mil euros na noite da final entre Real Madrid e Atlético de Madrid! Será possível? Será ingénua, a minha incredulidade? Nessa mesma notícia, um senhor representante da hotelaria comentava a situação com um sorriso de evidente satisfação, e à pergunta, simples, do jornalista -- "mas não é muito caro?" --, esse senhor conseguia, sem hesitar, dizer que não...
Claro que os adeptos espanhóis, desejosos de ver o grande jogo em Lisboa, já protestam. E com razão. Isto é uma loucura, é um aproveitamento descarado de uma situação, não faz qualquer sentido. É o mercado livre, alegava o dito senhor. É o mercado selvagem, digo eu. O facto de termos a final em Lisboa não nos dá o direito a fazer isto. Estamos a jogar com a paixão dos adeptos do futebol, e em Espanha, ao que se sabe, também não há assim tantos milionários. E neste país, em que o salário mínimo não chega a 500 euros, há quem se atreva a pedir milhares por uma simples noite num hotel?
Esta semana confirmei que apesar disto, apesar da nossa presente misério, estamos sempre dispostos a aproveitar a situação mais imediata para tornarmos os outros mais miseráveis que nós: ao que parece, e aproveitando o facto de a final da Liga dos Campeões se realizar em Lisboa, no próximo dia 24, entre duas equipas espanholas, os hotéis da capital portuguesa estão a inflacionar os preços para níveis nunca atingidos.
Segundo uma notícia televisiva, alguns desses preços chegavam a 8 mil euros na noite da final entre Real Madrid e Atlético de Madrid! Será possível? Será ingénua, a minha incredulidade? Nessa mesma notícia, um senhor representante da hotelaria comentava a situação com um sorriso de evidente satisfação, e à pergunta, simples, do jornalista -- "mas não é muito caro?" --, esse senhor conseguia, sem hesitar, dizer que não...
Claro que os adeptos espanhóis, desejosos de ver o grande jogo em Lisboa, já protestam. E com razão. Isto é uma loucura, é um aproveitamento descarado de uma situação, não faz qualquer sentido. É o mercado livre, alegava o dito senhor. É o mercado selvagem, digo eu. O facto de termos a final em Lisboa não nos dá o direito a fazer isto. Estamos a jogar com a paixão dos adeptos do futebol, e em Espanha, ao que se sabe, também não há assim tantos milionários. E neste país, em que o salário mínimo não chega a 500 euros, há quem se atreva a pedir milhares por uma simples noite num hotel?