Acabei de ver -- foi na SIC Notícias mas penso que poderia ter sido em qualquer outro canal televisivo que tem a pretensão de informar -- imagens absolutamente atrozes do massacre no centro comercial em Nairobi, que há pouco tempo emocionou (?) o mundo. Vi e fiquei indignado. Como é possível que a televisão mostre imagens destas? Como é possível que se entenda que isto é informar, que isto é jornalismo? O que se ficou a saber mais sobre o assunto com a passagem destas imagens, captadas pelas câmaras do local? Imagens de assassinato a sangue frio, que propalam uma violência e um ódio, uma falta de dimensão humana, com que não podemos pactuar.
Sinceramente, isto não é informar. Imagens destas assustam-me em filmes, como não podem horrorizar se se tratam de cenas da vida real? Informar é contar o que aconteceu e tentar explicar porquê. Passar imagens destas não enriquece, em nada, a informação útil sobre o assunto. Simplesmente torna a morte num espectáculo, desvaloriza o significado da vida humana. Estes noticiários, que passam a qualquer hora do dia, também podem ser vistos pelos nossos filhos. Que conclusão tirarão eles disto?
Talvez por coisas assim, e pelos filmes e séries violentas que passam a toda a hora no écran, e pela morte banalizada nos jogos de video, é que acontecem coisas como a daquela escola de Massamá, em que um miúdo de 15 anos tentou imitar os massacres que vê na televisão, sejam em filmes ou noticiários. E o jornalista não pode ficar indiferente a isto: a missão do jornalista também tem um lado pedagógico. Isto é constantemente esquecido.
Sinceramente, isto não é informar. Imagens destas assustam-me em filmes, como não podem horrorizar se se tratam de cenas da vida real? Informar é contar o que aconteceu e tentar explicar porquê. Passar imagens destas não enriquece, em nada, a informação útil sobre o assunto. Simplesmente torna a morte num espectáculo, desvaloriza o significado da vida humana. Estes noticiários, que passam a qualquer hora do dia, também podem ser vistos pelos nossos filhos. Que conclusão tirarão eles disto?
Talvez por coisas assim, e pelos filmes e séries violentas que passam a toda a hora no écran, e pela morte banalizada nos jogos de video, é que acontecem coisas como a daquela escola de Massamá, em que um miúdo de 15 anos tentou imitar os massacres que vê na televisão, sejam em filmes ou noticiários. E o jornalista não pode ficar indiferente a isto: a missão do jornalista também tem um lado pedagógico. Isto é constantemente esquecido.