Escrevo este texto porque é Dia Mundial do Livro. E porque esse é um bom pretexto para uma reflexão, que bem poderia ser feita em qualquer outro dia. É que, para mim, o livro existe todos os dias. Desde a infância, é um amigo sempre presente. Habituei-me a ler todas as noites, folheando página após página, às vezes sob os lençóis, à luz fraca de um candeeiro... e com o passar dos anos a leitura passou para todos os cantos da casa, até para o automóvel, quando se espera por alguém.
Este livro, de que falo, é em papel. Daqui por alguns anos, isto é apenas história. Não a paixão pela leitura, nem a possibilidade de seguir as peripécias dos nossos heróis ou os ensinamentos de um mestre em qualquer divisão da nossa casa. O que será história é, provavelmente, o seu formato em papel, às vezes em dimensões complicadas -- alguns, muito grandes e pesados, são difíceis de ler na cama, antes de adormecer. Estamos à entrada de uma nova era. Com o advento do livro digital, aproxima-se uma revolução.
Embora tenha uma paixão desmesurada pelo livro -- alfarrabistas, livrarias, bibliotecas, exercem sobre mim um fascínio intenso --, não sou purista ao ponto de pensar que o livro digital será mau para a literatura. Parece-me, até, que as suas possibilidades imensas -- acrescentar imagens, videos, cruzamentos de informação, etc. -- podem tornar a leitura mais aliciante e enriquecedora. Para os adeptos da ficção, da aventura ou da poesia, como eu, há aqui caminhos fantásticos por explorar; para os mais jovens, hoje tão fascinados pelos jogos de video, também não tenho dúvidas de que esta se tornará uma alternativa irresistível; para quem estuda,que vantagem poder transportar tanta informação, que não pesa quase nada!
Visto isto, uma situação que nesta altura parece inevitável, o que vai acontecer com as toneladas e toneladas de livros em papel que existem actualmente e que todos os dias são impressas? Julgo que o livro em papel não desaparecerá completamente. Se uma parte é história, e um precioso testemunho do melhor que o ser humano criou, outra parte, uma pequena parte, com formatos mais específicos, poderá manter-se como actualmente.
Mas tudo dependerá da forma como evoluirem os meios tecnológicos. Em termos materiais, o livro electrónico é, talvez, mais dependente que o livro em papel: precisa de suportes tecnológicos, e estes têm que evoluir ao ponto de se tornarem acessíveis ao grande público. Penso que isto acontecerá, um pouco na linha do que sucedeu com o telemóvel. Mas há ainda uma grande revolução para fazer, nomeadamente a democratização do suporte de leitura, actualmente demasiado controlado pelas marcas que o desenvolvem. Esse é o caminho que se segue.
Este livro, de que falo, é em papel. Daqui por alguns anos, isto é apenas história. Não a paixão pela leitura, nem a possibilidade de seguir as peripécias dos nossos heróis ou os ensinamentos de um mestre em qualquer divisão da nossa casa. O que será história é, provavelmente, o seu formato em papel, às vezes em dimensões complicadas -- alguns, muito grandes e pesados, são difíceis de ler na cama, antes de adormecer. Estamos à entrada de uma nova era. Com o advento do livro digital, aproxima-se uma revolução.
Embora tenha uma paixão desmesurada pelo livro -- alfarrabistas, livrarias, bibliotecas, exercem sobre mim um fascínio intenso --, não sou purista ao ponto de pensar que o livro digital será mau para a literatura. Parece-me, até, que as suas possibilidades imensas -- acrescentar imagens, videos, cruzamentos de informação, etc. -- podem tornar a leitura mais aliciante e enriquecedora. Para os adeptos da ficção, da aventura ou da poesia, como eu, há aqui caminhos fantásticos por explorar; para os mais jovens, hoje tão fascinados pelos jogos de video, também não tenho dúvidas de que esta se tornará uma alternativa irresistível; para quem estuda,que vantagem poder transportar tanta informação, que não pesa quase nada!
Visto isto, uma situação que nesta altura parece inevitável, o que vai acontecer com as toneladas e toneladas de livros em papel que existem actualmente e que todos os dias são impressas? Julgo que o livro em papel não desaparecerá completamente. Se uma parte é história, e um precioso testemunho do melhor que o ser humano criou, outra parte, uma pequena parte, com formatos mais específicos, poderá manter-se como actualmente.
Mas tudo dependerá da forma como evoluirem os meios tecnológicos. Em termos materiais, o livro electrónico é, talvez, mais dependente que o livro em papel: precisa de suportes tecnológicos, e estes têm que evoluir ao ponto de se tornarem acessíveis ao grande público. Penso que isto acontecerá, um pouco na linha do que sucedeu com o telemóvel. Mas há ainda uma grande revolução para fazer, nomeadamente a democratização do suporte de leitura, actualmente demasiado controlado pelas marcas que o desenvolvem. Esse é o caminho que se segue.