Assisti, esta semana, de uma forma emocionada, à reposição de um filme que já me marcara há alguns anos: "Rangoon" ("Beyond Rangoon" na versão original), de 1995, realizado por John Boorman, com Patricia Arquette no papel da protagonista, uma turista americana em Burma (Birmânia, hoje Myanmar), que é apanhada no meio dos protestos dos estudantes, que pedem uma democracia e são cruelmente esmagados pela junta militar que ainda hoje aterroriza aquela população.
Na altura, o filme teve impacto, e a grande líder Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, que surge nos protestos, foi libertada poucos meses depois da exibição de "Beyond Rangoon" na Europa. Mas, claro, voltou a ser detida poucos meses depois.
Além de toda a violência explícita do filme, dei por mim a constatar que, estando ali relatados eventos de 1988, ainda agora, em 2013, tudo se mantém. Como é possível um povo sofrer durante tanto tempo? Como é possível que, aqui e ali, estejamos assistir a uma violência cada vez maior das forças policiais e de repressão sobre as populações que protestam? Mas não aprendemos nada, enquanto espécie humana?
Há alguns anos atrás, o cinema de maior impacto mediático ainda nos trazia, como neste caso, filmes-alerta, filmes-denúncia -- lembro-me de "Terra Sangrenta", de Roland Joffé, em 1984 --, que agitavam as mentes e podiam ter real impacto na forma como se olhava para determinado país e determinados líderes. Hoje, até o cinema parece ter desistido desse papel social. Esses filmes deixaram de chegar aos nossos écrãs, cada vez aparecem menos, as televisões evitam... se quisermos ver alguma coisa que de facto nos elucide sobre o que vai realmente acontecendo noutras partes do mundo, temos que procurar noutros recantos. Por isso, merece relevo a exibição de "Rangoon" pela RTP. Ainda que a horas tardias...
Na altura, o filme teve impacto, e a grande líder Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, que surge nos protestos, foi libertada poucos meses depois da exibição de "Beyond Rangoon" na Europa. Mas, claro, voltou a ser detida poucos meses depois.
Além de toda a violência explícita do filme, dei por mim a constatar que, estando ali relatados eventos de 1988, ainda agora, em 2013, tudo se mantém. Como é possível um povo sofrer durante tanto tempo? Como é possível que, aqui e ali, estejamos assistir a uma violência cada vez maior das forças policiais e de repressão sobre as populações que protestam? Mas não aprendemos nada, enquanto espécie humana?
Há alguns anos atrás, o cinema de maior impacto mediático ainda nos trazia, como neste caso, filmes-alerta, filmes-denúncia -- lembro-me de "Terra Sangrenta", de Roland Joffé, em 1984 --, que agitavam as mentes e podiam ter real impacto na forma como se olhava para determinado país e determinados líderes. Hoje, até o cinema parece ter desistido desse papel social. Esses filmes deixaram de chegar aos nossos écrãs, cada vez aparecem menos, as televisões evitam... se quisermos ver alguma coisa que de facto nos elucide sobre o que vai realmente acontecendo noutras partes do mundo, temos que procurar noutros recantos. Por isso, merece relevo a exibição de "Rangoon" pela RTP. Ainda que a horas tardias...