Clique aqui para editar .Quando, ainda muito novo, li pela primeira vez a "Viagem a Portugal", de José Saramago, dei-me conta da riqueza cultural do País e o meu espírito lusitano começou aí, verdadeiramente, a ser alimentado. Sem chauvinismos ou outros "ismos" da mesma espécie, continuo hoje a pensar que devemos exaltar e proteger o que é verdadeiramente nosso. Além de todas as observações que então fez nessa viagem, Saramago é, ele próprio, um dos "verdadeiramente nossos". Algo que se pode constatar com visitas, mesmo que ocasionais, a obras como "Memorial do Convento", "Ensaio Sobre a Cegueira" ou "O Homem Duplicado", para não dizer todos os livros de uma vida verdadeiramente rica e cheia de significado.
Por essa razão, não deixei, como tantos outros portugueses, de me indignar com o "esquecimento" do Presidente da República, na inauguração da agora tão badalada Feira do Livro de Bogotá. Como é possível que o nome do nosso Prémio Nobel tenha sido esquecido? E mesmo que não tivesse sido Nobel, como poderia não figurar em qualquer rol dos nossos escritores, num discurso do Presidente de Portugal? É este o mesmo Presidente que há não muito tempo apelou aos portugueses para que consumissem produtos nacionais?
Este "incidente" prova, quanto a mim, a real fraqueza da política portuguesa: não basta a incoerência das atitudes e a falta de uma linha de conduta; a tudo isto acresce ainda o modo de estar mesquinho, feito de ressentimentos e inimizades, caprichos que suplantam qualquer interesse nacional. Porque esse, o interesse nacional, nem sequer existe. Hoje, a "Viagem a Portugal" seria um livro bem mais amargo e triste.
Por essa razão, não deixei, como tantos outros portugueses, de me indignar com o "esquecimento" do Presidente da República, na inauguração da agora tão badalada Feira do Livro de Bogotá. Como é possível que o nome do nosso Prémio Nobel tenha sido esquecido? E mesmo que não tivesse sido Nobel, como poderia não figurar em qualquer rol dos nossos escritores, num discurso do Presidente de Portugal? É este o mesmo Presidente que há não muito tempo apelou aos portugueses para que consumissem produtos nacionais?
Este "incidente" prova, quanto a mim, a real fraqueza da política portuguesa: não basta a incoerência das atitudes e a falta de uma linha de conduta; a tudo isto acresce ainda o modo de estar mesquinho, feito de ressentimentos e inimizades, caprichos que suplantam qualquer interesse nacional. Porque esse, o interesse nacional, nem sequer existe. Hoje, a "Viagem a Portugal" seria um livro bem mais amargo e triste.