Enquanto jornalista, sempre privilegiei a informação. Ao longo de muitos anos de experiência, procurei nunca esquecer as bases da nossa missão -- dar a notícia, não esquecendo o quê, quando, como, onde, porquê... --, e às vezes ainda me surpreendo com a forma como se está nesta profissão.
Não faltam exemplos disto, diários,nos jornais, nas televisões, nas rádios, mas hoje o que suscita este texto é a informação radiofónica, tantas vezes preciosa quando vamos ao volante de um carro e estamos, por exemplo, presos numa inexplicável fila de trânsito. Acho mesmo que isto já aconteceu a quase toda a gente.
A mim, calhou-me esta manhã ao levar o meu filho à escola. Trânsito, trânsito, em todo o lado, em todos os acessos, tudo parado. Exagerado, em relação ao normal. O que se passaria? Liguei o rádio, procurando saber a resposta. Ingenuidade minha! A informação que obtive foi aquela que já sabia: trânsito intenso aqui e acolá, um acidente além, uma fila que se estende desde... porém, nenhuma explicação para o engarrafamento que me prendia. Nesta informação, eu tinha o "onde", mas faltou sempre o "porquê". É um problema do jornalismo que se faz actualmente. Hoje, as mesmas antenas que não deram uma resposta à minha interrogação, repetiram exaustivamente notícias sobre as dificuldades de Barak Obama em impor a sua reforma da saúde. Deram, a algo que se passa noutro país,do outro lado do Atlântico, mais destaque e atenção do que àquilo que corre aqui dentro, ao nosso lado. Também aqui, e este é um "vício" que não consigo largar, me interroguei sobre o jornalismo que se faz. Para mim, o jornalismo mais precioso é o de proximidade. Interessa-me mais saber quantos pobres há em Portugal do que quantos há nos Estados Unidos. E por aí fora. Mas, às vezes, o jornalismo de proximidade parece ser mais difícil de fazer. Não se apanha facilmente na internet nem vem nas agências.
Não faltam exemplos disto, diários,nos jornais, nas televisões, nas rádios, mas hoje o que suscita este texto é a informação radiofónica, tantas vezes preciosa quando vamos ao volante de um carro e estamos, por exemplo, presos numa inexplicável fila de trânsito. Acho mesmo que isto já aconteceu a quase toda a gente.
A mim, calhou-me esta manhã ao levar o meu filho à escola. Trânsito, trânsito, em todo o lado, em todos os acessos, tudo parado. Exagerado, em relação ao normal. O que se passaria? Liguei o rádio, procurando saber a resposta. Ingenuidade minha! A informação que obtive foi aquela que já sabia: trânsito intenso aqui e acolá, um acidente além, uma fila que se estende desde... porém, nenhuma explicação para o engarrafamento que me prendia. Nesta informação, eu tinha o "onde", mas faltou sempre o "porquê". É um problema do jornalismo que se faz actualmente. Hoje, as mesmas antenas que não deram uma resposta à minha interrogação, repetiram exaustivamente notícias sobre as dificuldades de Barak Obama em impor a sua reforma da saúde. Deram, a algo que se passa noutro país,do outro lado do Atlântico, mais destaque e atenção do que àquilo que corre aqui dentro, ao nosso lado. Também aqui, e este é um "vício" que não consigo largar, me interroguei sobre o jornalismo que se faz. Para mim, o jornalismo mais precioso é o de proximidade. Interessa-me mais saber quantos pobres há em Portugal do que quantos há nos Estados Unidos. E por aí fora. Mas, às vezes, o jornalismo de proximidade parece ser mais difícil de fazer. Não se apanha facilmente na internet nem vem nas agências.