Ficar fora do sistema, sem a comodidade de um salário no final do mês, coloca-nos, subitamente, diversas questões. Uma delas, das principais, tem a ver com a necessidade de reduzir os gastos, o que torna delicada qualquer incursão ao supermercado. Foi assim, com estes condicionalismos, que dei de caras com um peixe chamado Pollock, do Alasca (em Portugal, denominado paloco). No Brasil é conhecido por badejo. É um peixe da família do bacalhau -- às vezes é utilizado como substituto... --, começou a ser comercializado em grande escala a partir de 1984 e é atualmente um dos mais consumidos do mundo. No supermercado encontramo-lo congelado, em filetes enormes, a preços bastante convidativos. Por essa razão, arrisquei: um saco enorme de filetes, baratinho, e a atração pelo desconhecido. Em casa, encontrei uma receita apetecível na internet e assim me aventurei, depois de ter os filetes praticamente descongelados. Três pedaços enchiam uma travessa de ir ao forno. A surpresa chegou quando tudo ficou concluído: os filetes de Pollock tinham ficado reduzidos a metade, cada um. Quase não se viam. Um verdadeiro golpe de magia. Antes tinha peixe, no final quase não tinha. Tudo isto antes de comer. Uma boa lição, pois, para estes tempos em que tudo é permitido para enganar o consumidor: no caso destes tipos de congelados, por exemplo, vende-se água como se fosse peixe. Se alguém quiser confirmar a minha aventura, é só arriscar. Mas não recomendo..